A EVOLUÇÃO DO CORPO HUMANO

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A memória

A memória

Desde que eu nasci eu me lembro que sou da mesma forma que sou hoje. Quero dizer no aspecto corporal. Nos temos cabeça, tronco e membros. Mas se formos mais fundo e pesquisarmos o que se sabe do ser humano, notaremos que somos dessa forma há muitos anos, desde os homo sapiens ou antes deles. Mas os seres humanos da antiguidade não possuíam grande habilidade de memória. Isso indica que a habilidade de lembrar das coisas é uma coisa nova para o ser humano pois não acredito que possuímos essa forma desde o início pois somos frutos da evolução. Claro que existe a questão do DNA humano que possibilita o ser herdar as características de seus antecessores mas somos feitos  de minúsculas células que se aglomeraram e formaram tecidos e depois órgãos e depois aparelhos complexos.

A questão é a memória. A ciência nos diz que podemos nos lembrar devido ao processo executado pelos neurônios e quanto mais antiga a informação mais facilmente ficará retida. O neurônio se utiliza dessa informação já guardada para adquirir mais, por isso temos memórias que estão conosco há muito tempo. Mas por que o ser necessitaria da memória? Talvez para que saiba e não fiquemos esperdiçando energias para executar tarefas que já foram executadas antes. Mas e a nível celular, como é que funciona? Pois as células executam as mesmas funções sem precisar se lembrar do que fazer. Mas isso é uma questão orgânica diretamente ligada ao funcionamento do organismo. Neste caso, podemos exercer tarefas desde que o corpo tenha uma funcionalidade. É como andar, não precisamos ficar lembrando como temos que proceder pois as pernas só servem para isso. Notamos que a memória cuida de coisas que não são funcionais mas precisamos fazer, e isso indica que o ser ainda está evoluindo pois necessita executar tarefas nas quais o corpo não está preparado. Mas toda atividade executada pelo corpo é funcional, pois utilizamos o corpo para isso. Então a memória é um adicional ao ser para que saiba como fazer. Há muitas formas de se fazer as coisas com o corpo, por exemplo: você pode pegar uma maça com uma mão, ou com as duas mãos, ou só com os dedos, ou com a boca. Mas usualmente fazemos da forma menos complexa, mais usual. Ou de acordo com a necessidade de uso. Não é uma questão funcional, mas habitual.

Se nos lembrarmos das coisas porque elas foram guardadas e ao nos lembrarmos nós trazemos de volta o que já foi processado pelos nossos sentidos, então, ocupamos um espaço no cérebro para a retenção dessa informação. Mas pelo que se sabe, nosso cérebro pode guardar muitas coisas e devido a nossa capacidade mental nós utilizamos muito pouco desse cérebro. Ele se divide em várias partes dentre as quais as mais importantes de se lembrar são o lado direito e o lado esquerdo, que são responsáveis por uma parte do corpo, cada um. A informação fica retida aguardando para ser novamente excitada e lembrada pelo ser, mas será essa a intenção da memória? Ela está ligada aos sentidos, mas nem sempre precisa dos sentidos para que nos lembremos das coisas, pois se ficarmos totalmente quietos, sem fazer absolutamente nada, a mente ainda processa memórias. E há também as lembranças de coisas que nunca vimos, imagens no cérebro que nunca vivenciamos.

Segundo a evolução, o corpo necessita entender, perceber, reconhecer os estímulos enviados ao cérebro e não somente aí, mas em todo o corpo. Se alguém falar com você alguma palavra desconhecida, você irá pensar no que pode significar aquela palavra mas se alguém apenas tocou em seu ombro, você irá olhar para saber quem é. Indica que todo o corpo procura reconhecer o que lhe acontece no ambiente. Se não fosse assim, seríamos tocados e nem ligaríamos e ao ouvirmos algo não nos interessaríamos, só haveria preocupações básicas de sobrevivência no ser.  Assim, o homem possui princípios que pretende defender. Se alguém lhe disser uma mentira ele evitará que isso prejudique os princípios que possui. Se alguém lhe bater ele se distanciará e tentará fugir. Mas, devido a memória, muitas coisas podem agredir o homem. Pois é confiável que ele possua as informações de que guardou, pois irá precisar delas um dia.

Ao nos lembrarmos, geralmente notamos coisas que queremos evitar ou alterar, ou até melhorar, mas ocorre muito também de nos lembrarmos de coisas que não queremos. Preocupação é uma questão muito presente na memória. Parece que a memória procura coisas negativas o tempo todo. Não nos aquietamos enquanto não encontrarmos um problema. Nem todos são assim, há outros que possuem uma certa higiene mental onde essas questões são controladas, mas sempre há preocupação, precaução, prevenção, essas coisas. Há também as coisas boas que lembramos e ficamos admirados com elas mas seu número não se compara com as coisas negativas, talvez por causa de nossa cultura e educação ou o ambiente em que vivemos. Então o cérebro procura se prevenir das coisas ruins e possuir as coisas boas. Se é assim, generalizando, o cérebro sempre pensa no seu futuro e o do corpo. Claro, pois se há algo ruim e guardamos isso na memória, não vamos querer que essa coisa mau venha a se manifestar novamente e se há algo bom e o guardamos, então esperamos que isso possa acontecer novamente. Aí chegamos ao ponto de realidade verso irrealidade, pois as coisas que estão no cérebro já aconteceram e sabemos que geralmente nunca acontecem de novo, não exatamente igual. Então, nos prevenimos ou nos preparamos para que tenhamos pelo menos uma parte do que foi retido na memória. Digamos que uma longa história foi contada para uma criança e ela se lembra de toda essa história, então, no outro dia lhe foi contada a mesma história e ela se lembrou completamente disso. Então ela gostou da história e quer ouvi-la todos os dias. Será certo que essa criança sempre se encontrará apta para ouvir novamente a história, pois gostou dela, e ela sempre chegará no horário marcado e fará tudo que tiver que fazer para ter o tempo livre para ouvir essa história. Essa criança gostou da história porque nela continha partes que lhe fazia ter esperança, desejo, e sonhos. Mas ela ouvirá toda a   história só para que possa reconhecer esses aspectos novamente.

As formas que aprendemos para o controle da mente não são totalmente eficientes. Não quer dizer que o fato de aprendermos a falar uma língua que controlamos nossa mente. Claro, podemos conduzir nossos pensamentos, mas o que interessa mesmo são as coisas que chamam nossa atenção. Elas fazem parte da nossa vida e não as outras. Isso significa que termos continuidade na articulação não é melhor do que o destaque dos principais assuntos. Pois, o cérebro processa várias coisas dos sentidos, se ouvirmos um barulho nos concentramos nele, se sentimos um cheiro, nos concentramos nele, se esbarramos em algo, nos concentramos nisso. Mas ao articular, nós nos desligamos e tentamos, por meio da memória, encontrar o caminho adequado para que o assunto não se perca. Mas ao fazermos isso, nós utilizamos de várias memórias que estão dissociadas entre si mas dizem respeito a um assunto principal. Muitas palavras possuem significados múltiplos e isso faz com que cada pessoa que as ouve entenda de uma forma diferente. Cada palavra possui seu significado ou sua forma de usar mas na mente as coisas são diferentes, qualquer coisa pode ter um significado, que nem sempre é aceitável na nossa língua. O importante para o ser é o que pode ser focado pelo indivíduo e o por que. Se um som é muito alto e estamos concentrados em alguma coisa, aí nos desviamos e percebemos o som. Isso é uma coisa que contraria a nossa atividade pois estávamos concentrados e alguém fez um barulho muito alto. A próxima atitude nossa deveria ser uma forma melhor de nos concentrarmos para que este barulho não nos desvie. Mas, simplesmente voltamos e continuamos concentrados no que estávamos fazendo. Se o som vier novamente, não damos importância pois sabemos que não é nada que nos interesse mais do que o que estamos fazendo. Nesse caso, nos defendemos, mas se outro dia isso acontecer de novo nos vamos agir da mesma forma pois não temos um aprendizado que nos proteja desses sons. Em outro caso, pode passar pela rua um carro com o som muito alto e você o percebe mas não se incomoda, acha divertido, então você se concentra nele e canta sua música. Quando aparecer outro carro com uma música boa num outro dia, você já sabe o que fazer. isso indica que a memória não altera o funcionamento dos sentidos mas que estes dependem da reação que você terá perante o estimulo. Se a memória não pode alterar os sentidos, mas está diretamente ligada a eles, então o objetivo de se ter memória é para que possamos saber o que fazer com o corpo. Neste caso criamos associações e quando os estímulos aparecem nos fazemos algo, mesmo que não saibamos e mesmo que seja só um pouco de tudo que vimos.